O presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), disse, nesta quarta-feira (9), considerar que o presidente Jair Bolsonaro já decidiu a sua saída do partido. “Quando ele diz a um estranho para esquecer o PSL, mostra que ele mesmo já esqueceu. Mostra que ele não tem mais nenhuma relação com o PSL”, afirmou o dirigente partidário ao Broadcast Político/Estado.
Aliás, Bolsonaro disse, na terça (8), a um apoiador que se identificou como pré-candidato pela legenda no Recife para que ele esquecesse o partido e afirmou que Bivar “está queimado para caramba”. O presidente, segundo apurou o Estado, avalia deixar o partido. Esta, inclusive, seria a nona troca de sigla de Bolsonaro.
Ainda de acordo com o Broadcast Político/Estado, a saída de Bolsonaro pode provocar uma debandada no PSL. Dirigentes do partido ouvidos pelo Estado afirmam que o presidente pode levar consigo até 15 dos 53 deputados federais, além de dois dos três senadores – Flávio Bolsonaro (RJ) e Soraya Thronicke (MS).
Bivar, no entanto, afirma não se preocupar com um eventual esvaziamento da legenda. “Redução ou aumento da bancada não representa nada, o importante é manter a nossa linha de conduta e dignidade”, afirmou.
Bolsonaro sai ou não sai?
Em entrevista ao site O Antagonista, nesta quarta-feira (9), o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirma que não pretende deixar o PSL “de livre e espontânea vontade”. Quanto à possibilidade de ser afastado da legenda por Luciano Bivar, diz que não quer “entrar nessa briga”. “É um direito dele.”
Mas alerta que sua eventual expulsão teria efeito negativo para o partido. “Comigo fora da legenda, a tendência do PSL é murchar. Se eu sair, é natural que muita gente saia também”. Ainda de acordo com o site, Bolsonaro se mostrou disposto a resolver o imbróglio com Luciano Bivar, mas reiterou suas críticas. Segundo ele, elas reverberam uma insatisfação de outros integrantes da legenda.
“Não integro a Executiva, só estou filiado ao partido, mais nada. Essas são as reclamações. Eu não quero esvaziar o partido. Quero que funcione. O PSL caiu do céu para muita gente, inclusive para o Bivar. O que faço é uma reclamação do bem. O partido tem que funcionar, tem que ter a verba distribuída, buscar solucionar os problemas nos diretórios. Todo partido tem problema. O presidente, o tesoureiro, eles têm que solucionar isso”, disse o presidente.
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