A RMS Titanic Inc., empresa detentora dos direitos de recuperação dos artefatos do icônico navio que naufragou em 1912, anunciou planos para uma nova expedição aos destroços do Titanic, situados no Atlântico Norte. Essa iniciativa vem à tona apenas alguns meses após o trágico incidente envolvendo um submersível da OceanGate, que resultou na morte de cinco pessoas.
Segundo informações apresentadas em um relatório recente pela RMS Titanic Inc., a expedição está programada para maio de 2024 e tem como objetivo a recuperação de artefatos relacionados ao lendário navio, que repousam nas profundezas oceânicas. A empresa, no entanto, não especificou quantas pessoas participarão da expedição ou se partes da operação serão conduzidas remotamente.
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No entanto, essa nova empreitada enfrenta forte oposição por parte do governo dos Estados Unidos. As autoridades alegam que tais viagens para recuperar itens do Titanic violam uma lei federal que proíbe a perturbação dos destroços do navio, bem como um acordo internacional com o Reino Unido, que considera o local do naufrágio como um memorial às mais de 1.500 vítimas da tragédia.
Advogados que representam os interesses dos EUA argumentam que a empresa “não pode ignorar” a legislação do país e, portanto, se opõem firmemente à expedição.
Em sua defesa, a RMS Titanic Inc. alega que sua intenção não é “perturbar” os destroços do Titanic, mas sim documentar o naufrágio em áreas deterioradas, nas quais “um veículo remoto pode passar sem interferir na estrutura atual”. A empresa também sustenta que é possível recuperar artefatos da sala Marconi, desde que esses objetos não estejam permanentemente fixados aos destroços. A sala Marconi abriga o rádio do navio que transmitiu os sinais de socorro durante o desastre.
A empresa enfatiza que, no momento, não planeja realizar cortes ou separações em nenhum componente dos destroços. A RMS Titanic Inc. busca conciliar seu desejo de preservar e documentar a história do Titanic com as preocupações das autoridades internacionais e nacionais.
Esse impasse legal e ético está longe de ser resolvido e continuará a ser objeto de debate e negociação entre as partes envolvidas. Enquanto isso, o destino dos artefatos do Titanic permanece em suspense, submerso nas profundezas do Atlântico Norte.
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